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Migrantes e solicitantes de asilo enfrentam violência e abuso no caminho para os Estados Unidos
Neste momento, em maio de 2019, milhares de migrantes e solicitantes de asilo estão vivendo em abrigos e nas ruas de cidades violentas na fronteira mexicana, como Reynosa, Mexicali e Nuevo Laredo. Eles vivem na incerteza, porque o governo dos Estados Unidos (EUA) os forçou a permanecer no México, incluindo algumas pessoas que apresentaram legalmente seus pedidos de asilo nos EUA. Eles temem por sua segurança e não têm certeza de seu futuro.
Nestas cidades, existe apenas um pequeno número de abrigos onde os migrantes e solicitantes de asilo podem encontrar refúgio, e muitos deles já estão na capacidade máxima. Isso forçou os migrantes e solicitantes de asilo que não conseguem lugar a morar na rua, com pouco dinheiro e sem acesso a assistência médica ou jurídica.
Mesmo com o governo dos EUA incentivando um discurso de “estado de emergência” na fronteira com o México, a crise, na verdade, se trata da terrível violência e do tratamento desumano ao qual muitos migrantes e solicitantes de asilo vivenciaram em seus países de origem. É essa violência, que é frequente em toda a Guatemala, Honduras e El Salvador, que faz com que milhares de famílias tomem a difícil decisão de partir e começar sua jornada para o norte.
No entanto, esse abuso se repete; primeiro quando eles viajam pelo México em busca de proteção contra abuso e violência e, em seguida, novamente quando estão presos na fronteira.
“Ao longo da fronteira, em Nuevo Laredo, o sequestro é a regra. Os migrantes não andam nas ruas porque é muito perigoso “, diz Felipe Reyes. Felipe é psicólogo de Médicos Sem Fronteiras (MSF) e atende migrantes, solicitantes de asilo e mexicanos deportados em dois abrigos da cidade, La Casa Amar e Casa del Migrante Nazaret. Nos abrigos, MSF oferece assistência médica, psicológica e social a centenas de pessoas que chegam à fronteira.
“É uma situação muito difícil para as pessoas com quem falo. Elas têm que lidar com tristeza, depressão, sentimentos de culpa e pensamentos suicidas. Elas têm distúrbios do sono e sofrem de ansiedade, porque as listas de espera para iniciar os procedimentos de asilo são muito longas e não há certeza de refúgio para elas”, diz Reyes. Ao lado de seus colegas médicos de MSF, Reyes testemunha esse tipo de trauma emocional todos os dias.
José é um homem hondurenho que foi assaltado e agredido durante sua longa viagem pelo México. Ele viajou com seus irmãos e irmã para a fronteira mexicana, onde planejavam iniciar seus pedidos de asilo porque gangues em Honduras haviam ameaçado matá-los. Mas eles não encontraram nenhum santuário no México.
Ele relembra o doloroso momento em que sua irmã foi sequestrada quando chegaram a Nuevo Laredo.
“Quando saímos do ônibus, alguns homens arrastaram meu irmão e eu e levaram minha irmã para outro lugar. Depois de algumas horas, meu irmão e eu fomos libertados, mas ela, não. Ainda não temos notícias dela. Pagamos cinco mil dólares em resgate, o que era tudo o que tínhamos, mas eles não a liberaram. Eu não sei quem pode nos ajudar. Nós não confiamos na polícia aqui. Nosso plano era iniciar o processo de solicitação de refúgio nos EUA, mas agora não quero sair daqui até saber o que aconteceu com ela”.
Vemos como é difícil para os homens e as mulheres que fugiram com suas famílias da violência de seus países de origem tentar encontrar suas novas identidades, com seu desejo de construir novas vidas para seus filhos, em meio ao terror de viver no México e o medo de ter que voltar para suas antigas casas.
“Durante dois anos sofremos extorsão, até que chegou o dia em que não podíamos mais pagar. Eu hipotequei minha casa e vendemos tudo”, lembra Margarita, uma imigrante de 36 anos da Guatemala, que chegou à fronteira mexicana com o marido e três filhas, de 16, 7 e 6 anos.
“Meu sonho nunca foi o ‘sonho americano’. Eu tinha uma vida boa com a minha família, mas eles [as gangues] nos deixaram sem escolha. Queremos seguir as regras. Aqui eles nos deram um visto humanitário, mas o México não é uma opção para minha família”, diz Margarita. Ela quase foi sequestrada na estação de ônibus de Nuevo Laredo. “Eles queriam levar minhas filhas, eu gritei com todas as minhas forças e conseguimos escapar. Vamos esperar aqui, como nos pediram, antes de solicitar asilo nos Estados Unidos.” Ela diz isso com resignação, porque sabe que, no momento, não tem outra opção.
Apesar de sua idade, a filha mais nova de Margarita está ciente da difícil situação em que sua família teve que passar. Quando sua mãe pergunta: “Você quer que a gente volte para a Guatemala?” Ela responde sem hesitação: “Não, porque eles te matam lá.”
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