A MSF rastreia as comunidades para possíveis casos de desnutrição através de avaliações nutricionais, em quase todos os serviços da organização médica-humanitária de internamento e a nível ambulatório que não estão particularmente dedicados à nutrição, e ainda durante outros projetos. As equipas da MSF avaliam crianças por meio da comparação da sua rácio peso-altura com os padrões internacionais da OMS, e/ou com a medição da circunferência da parte superior do braço (MUAC) utilizando pulseiras de papel codificadas por cores. A medição da MUAC é também suficientemente simples para ser usada nas aldeias por parte de trabalhadores de saúde comunitária.

A utilização generalizada de alimentação terapêutica pronta a consumir (ATPC), que também pode ser armazenada a longo prazo sem refrigeração e contém um equilíbrio específico de nutrientes, permite dar uma resposta mais eficaz à desnutrição. A APTC pode ser uma pasta, muito parecida com a manteiga de amendoim, ou pode ser uma bolacha. A maioria das crianças são tratadas em casa pela própria família, com consultas de acompanhamento numa clínica. Esta estratégia pode resultar em índices de cura de mais de 90 por cento e reduzir os casos de admissão em serviços de internamento.

Em algumas regiões, as equipas da MSF lideram projetos de prevenção da desnutrição para evitar que as crianças fiquem doentes, especialmente após uma “época de fome” anual. A MSF começa a trabalhar e instala clínicas que prestam serviços ambulatórios meses antes do pico dos casos de desnutrição, no início da época das chuvas. Em zonas onde existe a probabilidade de desnutrição grave, as equipas da organização médica-humanitária adotam uma abordagem preventiva, com a distribuição de suplementos nutritivos a crianças em risco por toda a África e por toda a Ásia, assegurando que são instauradas outras iniciativas de prevenção de doenças, tais como vacinações e quimioprofilaxia da malária.