As pessoas que estão mais em risco de contrair sarampo são pessoas sub-imunizadas ou não imunizadas, especialmente crianças com menos de 5 anos. As zonas de conflito ou os contextos de alta densidade populacional – como campos para pessoas refugiadas –, com baixas taxas de imunização e sistemas de saúde fracos a nível local muitas vezes têm epidemias. A República Democrática do Congo, a República Centro-Africana, assim como outros países, são propensos a surtos porque as autoridades de saúde locais frequentemente ficam sem recursos para levar a cabo a vacinação de rotina. Acresce que os locais remotos e com uma geografia difícil em algumas partes destes países tornam a logística de transportar os materiais necessários para as campanhas de vacinação extremamente difícil.

O sarampo é causado por um vírus que é tão contagioso que 90 por cento de pessoas sem imunidade a viver com uma pessoa infetada vão ficar com a doença; uma pessoa doente pode infetar até 18 outras pessoas. É transmitida pelo nariz, pela boca, ou pela garganta de pessoas infetadas através da tosse, dos espirros e da respiração. A vacinação é a melhor proteção contra o sarampo.

Os sintomas do sarampo surgem entre dez e 14 dias após a exposição ao vírus e incluem corrimento nasal, tosse, infeção ocular, erupção cutânea e febre alta. Em até 20 por cento dos casos, o sarampo leva a complicações potencialmente fatais, incluindo diarreia grave, infeções do trato respiratório como a pneumonia, cegueira e encefalite (inflamação do cérebro).

Não existe um tratamento antiviral específico para o sarampo, pelo que as pessoas recebem tratamento para os seus sintomas, tais como a febre. Os cuidados a ter implicam o isolamento de pacientes e o tratamento das respetivas complicações. A maioria das pessoas recupera em duas ou três semanas mas, em contextos de baixos recursos, até 15 por cento das pessoas infetadas com sarampo morrem devido a uma ou mais destas complicações. As crianças, especialmente as crianças com menos de 5 anos e as que poderão ter outras doenças que as tornam imunocomprometidas, como a desnutrição, perfazem o maior número das mortes devido a esta doença.

A fim de declarar um surto, é necessária a confirmação por parte de um laboratório de diagnóstico. Em locais fechados ou sobrepovoados, tais como campos para pessoas refugiadas e para pessoas deslocadas, um caso confirmado de sarampo é considerado um surto porque a doença se espalha de forma muito rápida e fácil. A MSF dá resposta a surtos com o fornecimento de tratamento a pessoas com sarampo e através da concretização de campanhas de vacinação em larga escala.