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A médica Hayes Wong fala sobre um pequeno paciente que atendeu no Sudão do Sul
“Como daremos alta se ele precisa de oxigênio?”
“Como daremos alta se ele precisa de oxigênio?”. Essa foi a pergunta que concluía nossas jornadas matinais todos os dias no centro de alimentação terapêutica hospitalar. O paciente era Isaac B*. O menino de 3 meses de vida que conheci no leito 16.
Ele foi internado originalmente no hospital de MSF no campo de Proteção de Civis da ONU (ou PoC), em Bentiu, seis semanas antes, sofrendo de desnutrição aguda grave e pneumonia. Naquela época, ele estava perigosamente magro e apresentava níveis extremamente baixos de oxigênio por causa da infecção, causando um desconforto respiratório significativo.
Nas últimas semanas, sua saúde melhorou gradualmente. Graças à coordenação entre equipe médica, enfermeiros e equipe nutricional, a pneumonia foi curada e seu estado nutricional voltou ao normal. Ele estava começando a parecer um menino saudável de 3 meses de vida.
O problema
O único problema era que, apesar de tudo isso, não podíamos tirá-lo do oxigênio. Cada vez que tentávamos, ele desenvolvia um agravamento do desconforto respiratório. Quando o examinamos, seus pulmões estavam limpos e normais – mas ele tinha um sopro cardíaco muito forte.
Depois de realizar um ultrassom do coração, suspeitei que ele tivesse um defeito do septo atrial – um buraco entre as duas câmaras superiores do coração. Isso estava dificultando o coração de bombear sangue oxigenado para o resto do corpo.
Procurando um cirurgião
Nossas capacidades de diagnóstico são bastante limitadas aqui; não tínhamos um cirurgião cardíaco pediátrico que pudesse solucionar o problema de seu coração. Depois de fazer uma pesquisa online e conversar com colegas, encontrei um centro de cirurgia cardíaca em parceria com uma organização internacional em Cartum, no Sudão, a 13 horas de carro de onde estávamos. Eles realizam cirurgias cardíacas pediátricas, sem nenhum custo para as famílias.
Alegre e otimista, apresentei a ideia de enviar Isaac B ao centro com sua mãe e nossa equipe, que estavam igualmente entusiasmadas. Ainda assim, o maior obstáculo seria encontrar transporte e um dispositivo portátil de oxigênio.
Infelizmente, depois de entrar em contato com o centro cirúrgico, descobri que não haveria equipe pediátrica disponível por mais seis meses. Fiquei desapontada e a decepção da mãe de Isaac B era palpável. “Isso é muito tempo para esperar”, disse ela.
Após ficar internado por seis semanas no hospital, ela insistiu em levá-lo para casa, dizendo que “encontraria outro caminho”.
Outra forma
Cuidamos de centenas de crianças desnutridas todos os anos em nosso hospital.
Nesta região do Sudão do Sul, vem havendo conflitos por quase duas décadas. Isso levou a extrema insegurança alimentar e desnutrição generalizada, principalmente para crianças com menos de 5 anos de idade. No entanto, com a terapia certa, a maioria das crianças se recupera em algumas semanas.
Nós prolongamos a vida de Isaac B, dando a ele o oxigênio e o tratamento que ele precisava para superar sua pneumonia e desnutrição. Mas com que fim? O problema subjacente, seu problema cardíaco congênito, era grande demais para resolvermos.
Quando você trabalha em um hospital de campanha no Sudão do Sul, existem limitações reais ao que você pode fazer como prestador de serviços de saúde. Enfrentamos esses desafios da melhor maneira possível, mesmo que sejam extremamente frustrantes e, às vezes, decepcionantes.
Para mim, tento encontrar consolo ao saber que prestamos a mais alta qualidade de atendimento dentro de nossa capacidade. Provavelmente nunca saberei o que aconteceu com Isaac B, mas mantenho a esperança de que a mãe dele tenha encontrado “outro caminho”.
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