Mianmar: Equipes de MSF viajam para o sul do país

Intervenção oferece tratamento médico, distribuição de kits de emergência e alimento, além de ações de saneamento básico

Cinco dias depois do ciclone Nargis ter devastado Mianmar, Médicos Sem Fronteiras (MSF) continua a oferecer assistência emergencial às vítimas do fenômeno. As equipes de MSF estão oferecendo alimentos e itens de emergência básicos, assim como atendimento médico e estão melhorando o acesso à água potável para pessoas afetadas pelo ciclone.

Na terça-feira à noite, uma equipe de MSF viajou para a cidade de Pathein, capital da Divisão de Ayeyarwady, no sul do país, e alcançou a marte sudoeste do Delta Ayeyarwady. O Rio Ayeyarwaddy divide o país em norte e sul e deságua no Oceano Índico através de nove deltas.

Antes da passagem do ciclone, a área tinha cerca de 180 mil habitantes. A equipe observou um nível de destruição de 95% das casas e outras estruturas. É impossível estimar quantas pessoas já morreram.

Logo após a chegada da equipe, chegaram barcos com suprimentos, que incluem material médico, alimentos e lâminas de plástico. As equipes deram início à distribuição de comida e lâminas de plástico e começaram a tratar as águas de ambos os lados do Rio Pathein. A equipe médica de MSF também está oferecendo consultas e metade delas tem sido para pessoas feridas pelo ciclone.

No momento, há cerca de 35 funcionários de MSF na região do delta do rio e outros 40 estão a caminho. MSF agora está tentando alcançar mais vilarejos no delta, depois de receber relatos de destruição maciça na área. Além disso, existem cerca de 1.200 funcionários locais trabalhando atualmente em Mianmar nos projetos que já existiam.

Em Daala e Twantey, duas cidades ao sul de Yangon, as equipes de MSF observaram uma destruição de 80% das casas e o nível da água chega a um metro em alguns locais. Na área de Twantey, três equipes de MSF distribuíram rações de comida (arroz, óleo, grãos e peixe) para 2 mil pessoas. Além disso, MSF está realizando consultas médicas em locais onde os sem-teto procuraram refúgio, como em pagodes e escolas. MSF também está restaurando latrinas, poços e bombas d'água.

Outras equipes de MSF estão analisando a situação em vários locais mais ao sul do Delta do Irrawady com o uso de barcos, incluindo a devastada Bogaley. Em cada região afetada, eles distribuem alimentos e fornecem atendimento médico para as pessoas. De acordo com seus levamentos diários, caminhões com itens de emergência adicionais e comidas serão enviados em seguida.

MSF vai continuar a ampliar suas operações o mais rápido possível, mas precisamos do apoio do governo para reforçar nossa equipe com funcionários especializados em emergências e para importar os suprimentos necessários. Até agora, o governo mostrou boa vontade para apoiar as operações em resposta ao ciclone, mas uma resposta muito maior é urgentemente necessária e não pode acontecer sem a ajuda do governo.

Em Mianmar, MSF mantém também quatro clínicas que funcionam a longo prazo em outras áreas de Yangon, cujo foco é atendimento materno e infantil, doenças sexualmente transmissíveis e HIV/Aids. Todas essas clínicas estão disponíveis para qualquer pessoa com problemas de saúde relacionados ao cinclone.

MSF realiza mais de um milhão de consultas anualmente em Mianmar e no ano passado tratou de mais de 200 mil casos de malária. MSF também está tratando mais de 16 mil pacientes com HIV/Aids e tem mais de 8 mil pacientes em tratamento antiretroviral (ARV).

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