MSF conclui ação em Portugal na resposta em lares de idosos à pandemia da COVID-19

Assegurar tratamento digno para residentes em lares de idosos e adequada proteção dos profissionais na vanguarda continua a ser essencial

COVID-19: ação MSF em lares de idosos em Portugal

Ao fim de quase dois meses após ter ativado equipas para dar resposta à epidemia da COVID-19 em Portugal, a organização médico-humanitária internacional Médecins Sans Frontières/Médicos Sem Fronteiras (MSF) está a concluir as suas operações no país, tendo completado a missão de apoio aqui dada com enfoque na avaliação de riscos e formação de profissionais nos lares de idosos, em medidas de prevenção e controlo do contágio assim como na deteção precoce de casos suspeitos, com o propósito de ajudar a ultrapassar o período mais crítico.

A MSF continua a trabalhar nesta pandemia e centra agora os seus esforços principalmente em contextos com sistemas de saúde frágeis e populações vulneráveis ameaçadas por esta nova doença assim como por outras emergências.

O fecho da ação em Portugal é feito num cenário de descalada no país, no qual a MSF reforça o apelo às autoridades para manterem a vigilância e investirem os recursos necessários para obter um controlo eficaz da epidemia e evitar novos surtos. Acresce que, após a experiência direta tida nesta emergência, a MSF considera essencial que as necessidades dos idosos nos lares sejam atendidas, com todo o cuidado e dignidade, e que a proteção dos profissionais médicos e outros na vanguarda da resposta, incluindo a da sua saúde emocional, seja uma prioridade.

Um dos principais elementos da ação da MSF neste contexto foi o de prestação de aconselhamento técnico e de formação de profissionais nos lares de idosos, num esforço dedicado à melhoria dos cuidados recebidos pelos residentes nestas instituições. Tendo ativado o projeto em Portugal a 3 de abril, a MSF deu apoio a 34 lares de idosos, com o total de 50 visitas, presenciais e por via remota, feitas em 12 concelhos do país, desde 11 de abril e até 22 de maio, tendo ajudado centenas de profissionais a desempenharem as suas tarefas.

“Acreditamos que a abordagem participativa e de proximidade foi um diferenciador significativo. O contacto direto com as instituições, em especial com as equipas nos lares de idosos, oferecendo aconselhamento técnico gratuitamente, e a deslocação presencial da equipa MSF aos locais, fazendo visitas conjuntas, revendo circuitos e medidas de higienização, revelaram-se um importante fator de mudança e de eficácia nas instituições com que contactámos. A necessidade e vontade em receber mais informação e formação foi uma constante nas instituições visitadas”, considera Charlotte Oliveira, referente de saúde no projecto COVID-19 em Portugal.

Neste contexto, a MSF procedeu à doação de vários materiais de proteção a lares de idosos: 1429 batas impermeáveis, 2783 máscaras cirúrgicas, 54 viseiras; 12927 luvas, 197 frascos de álcool gel de 500ml e 24 garrafões de álcool gel de 5l.

Foi também criada uma página especializada e em português sobre a COVID-19 (https://msfcovid19.org/portugues/), dedicada, em particular, a profissionais de saúde e cuidadores, a gestores de serviços e de estruturas e a coordenadores e autoridades na resposta à pandemia da COVID-19. Esta página web, que permanecerá ativa nos meses vindouros, contém documentos e vídeos sobre protocolos e medidas de higiene, limpeza e desinfeção nos lares de idosos para reduzir a transmissão, apoio formativo na deteção precoce de casos suspeitos, assim como sobre o uso em segurança de equipamentos de proteção individual, entre outros conteúdos.

Durante este período foram ainda realizados quatro webinars, todos disponíveis na referida página web, e com enfoque naqueles temas de prevenção e controlo da COVID-19, assim como em medidas no apoio domiciliário e em gestão do stress, nos quais participaram 719 pessoas. Um último webinar ocorre ainda na próxima sexta feira, 29 de maio, às 14h, sobre a definição de um plano de contingência em lares de idosos.

“Foi-nos dito em muitas instituições que esta ação se revestiu de grande importância: a proximidade no contacto com os funcionários fez diferença para a adesão às medidas preventivas dentro e fora do local de trabalho. Embora a nossa ação tenha uma limitação temporal, fica a garantia que demos um contributo nas instituições por onde passámos”, nota ainda Charlotte Oliveira.

 

A Médicos Sem Fronteiras (MSF), com projetos médico-humanitários em curso em mais de 70 países, está a trabalhar na resposta à pandemia da COVID-19 na União Europeia e a reforçar todos os seus projetos onde, em simultâneo, é necessário manter as suas atividades médicas que salvam vidas.

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