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Medicamentos foram doados para abrigo em Boa Vista e para centro de saúde em Pacaraima, próximo à fronteira com a Venezuela
A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) distribuiu na semana passada kits de higiene para 155 famílias venezuelanas – cerca de 770 pessoas –, que estão vivendo nas cidades de Boa Vista e de Pacaraima, em Roraima. Algumas chegaram ao Brasil ainda no ano passado, fugindo da crise na Venezuela, mas o número de pessoas cruzando a fronteira tem aumentado.
MSF também doou medicamentos e itens de primeiros socorros para um abrigo que recebe os venezuelanos em Boa Vista e para o centro de saúde de Pacaraima, cidade próximo à fronteira da Venezuela. Uma equipe da Unidade Médica Brasileira (Bramu) de MSF-Brasil havia visitado o estado em junho deste ano para avaliar a situação dos venezuelanos, que incluem indígenas da etnia Warao. Constatou necessidades de abrigo, alimentos e cuidados médicos, que estavam pressionando o sistema público de saúde.
“Em comparação com nossa última visita, vimos mais migrantes e refugiados. A situação está ficando difícil, e deve haver um esforço conjunto de governos, agências e organizações para garantir que essa população vulnerável receba assistência de uma forma mais rápida. Sentimos uma grande morosidade nos processos”, disse o médico Erwin Lloyd, diretor da Bramu.
Em Boa Vista, a capital, os venezuelanos estão vivendo nas ruas ou reunidos no Centro de Referência ao Imigrante, um abrigo do governo estadual administrado pela organização não governamental Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI). A FFHI recebe assistência da prefeitura, de outras organizações da sociedade civil e do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). No momento, abriga 447 Waraos e 120 não indígenas, dos quais 26% são crianças de menos de 12 anos, mas a estrutura não é suficiente – há pessoas dormindo em tendas do lado de fora do abrigo, e não há tratamento de água nem espaço para armazenar alimentos e medicamentos. Os não indígenas só podem permanecer no abrigo por 15 dias.
De acordo com irmã Clara, da FFHI, as necessidades de saúde são prementes: “Desde março deste ano, a Sesai (Secretaria Especial da Saúde Indígena) vem ao abrigo uma vez por semana para oferecer atenção básica. Já foram diagnosticados 10 casos de HIV/Aids e dois de tuberculose, mas não há uma continuidade no tratamento.” Ela diz que a organização não tem como acompanhar todos os venezuelanos encaminhados ao sistema de saúde – o que é necessário, já que muitos indígenas não falam português nem espanhol.
A equipe de MSF doou à administração do abrigo itens de primeiro socorro como tesouras, gaze e esparadrapo. Os kits distribuídos ali para 115 famílias continham sabonetes, sabão de coco, toalhas, lençol, copos e balde.
Apesar das brincadeiras e dos sorrisos das crianças correndo pelo abrigo, os venezuelanos que estão ali demonstram preocupação. O cacique Warao José Ramon conta que está no Brasil há dois meses, junto com seus pais, filhos e esposa, após deixar o município de Tucupita, no estado de Tumaco: “Não há nada para nós na Venezuela. Estava cada dia mais difícil, faltava comida e trabalho. Aqui, ganho 10 reais por dia pedindo dinheiro na rua. Já é muito mais do que tínhamos lá, mas é com isso que preciso alimentar toda a minha família.”
Em Pacaraima, os venezuelanos, entre crianças de colo, mulheres e idosos, não têm abrigo. Estão espalhados pelas ruas da cidade, expostos a doenças e algumas vezes à discriminação. Não há profissionais, equipamentos e suprimentos médicos suficientes no único hospital da cidade, e o centro de saúde local, com estoque limitado, teve que se adaptar ao influxo de migrantes e refugiados. Os casos mais graves precisam ser encaminhados para Boa Vista. MSF doou ao centro medicamentos para três meses de uso, incluindo antibióticos e remédios para pressão alta, diabetes e leishmaniose.
Grávida de cinco meses, Helidi Medina, de 33 anos, vive com o marido e outros seis filhos na rua em Pacaraima. Ela sofreu um aborto quando estava na Venezuela. Desde que chegou ao Brasil, não buscou atendimento obstétrico. “Aqui é difícil, mas pelo menos é melhor que em Tucupita. Se voltarmos para lá, vamos morrer”, disse Helidi, que tinha sinais de anemia e desnutrição.
Não há dados precisos sobre o número de venezuelanos vivendo em Roraima, já que muitos dos que chegaram desde 2014 foram para outros estados ou voltaram para seu país. O governo do estado estima que 30 mil entraram no ano passado.
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