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Brasileira conta como foi experiência de 6 meses em campo de refugiados e comunidades próximas de Beirute e no sul do Líbano
A guerra na Síria está em seu quinto ano. Milhões de vidas foram diretamente afetadas pela violência implacável dos confrontos. E, quando se pensa em uma guerra ainda em andamento, é natural que achemos que, nos campos de refugiados, ainda é a lembrança dos confrontos o fator mais atenuante do estresse diário dessas pessoas. “O trauma foi, sim, gerado pela guerra. Mas, para pessoas que já deixaram o país há anos, a falta de emprego e a exclusão social é que são os elementos que determinam a condição de estresse crônico”, explica a psicóloga brasileira Vanessa Kamila Moratti, após retornar do projeto da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Líbano.
Kamila passou seis meses em Beirute e em 3 distritos – Cheeba, Majaium e Qlaya – no sul do país. Ali, MSF atende refugiados sírios, iraquianos e palestinos. Segundo Kamila, nota-se a predominância de mulheres e crianças entre os habitantes do acampamento e nas comunidades do entorno, já que os homens, na maioria das vezes, ficam para trás, ou para fazer parte diretamente dos confrontos ou na tentativa de defender seu patrimônio. E em decorrência dessa grande quantidade de mulheres sozinhas, com seus filhos, Kamila pôde observar que saúde materna é uma grande necessidade. E, mais do que isso, prevenção, no que diz respeito à própria gravidez, mas também às doenças sexualmente transmissíveis. “Imagine um cenário desses, cheio de mulheres sozinhas, em estado de vulnerabilidade, acolhidas por estranhos em suas casas. O abuso é muito comum.” Kamila conta que conheceu uma jovem de pouco mais de 16 anos que estava morando na rua e foi acolhida por uma senhora, que até considerou casar seu filho com ela. Um dia, a jovem foi abordada por um homem, que dizia conhecer o paradeiro de sua família, e, quando conduzida a uma área mais isolada, ela foi estuprada e engravidou. “Depois de ter engravidado do agressor, ela foi colocada para fora de casa. A dor de perder a virgindade dessa forma para uma menina muçulmana é ainda mais dura, uma vez que qualquer assunto relacionado à sexualidade é, por si só, um extremo tabu”, conta a psicóloga.
O objetivo de Kamila para os seis meses de trabalho no Líbano era estruturar uma abordagem que melhor atendesse às necessidades de saúde mental dos refugiados nos acampamentos e nas comunidades do entorno. Por essa razão, ela e sua equipe expandiram suas pesquisas para além do acampamento, adentrando as comunidades. “Precisava entender como fazer para ajudar essa mulher em depressão, que precisou colocar seu filho de oito anos na rua para trabalhar. Precisava entender como oferecer atendimento de saúde mental quando o assunto em si já é estigmatizado”, explica. Para alcançar cada vez mais pessoas, o grupo de Kamila operou clínicas móveis para acessar os distritos do entorno. Foram conduzidas consultas em grupo só para mulheres. A proposta é a de trabalhar, inicialmente, aspectos básicos, como a psicoeducação, e explicar o que MSF faz para as comunidades. Além disso, treinar as ONGs já atuantes na região, para ampliar o máximo possível a oferta de serviços de saúde mental à população. A previsão é a de fazer uma média de 400 atendimentos por mês.
Já tendo participado de projetos de MSF na Palestina, no Sudão do Sul e em Serra Leoa, trabalhando com Ebola, Kamila conta que este trabalho no Líbano foi especial. “Eu normalmente consigo me desligar do trabalho de campo logo que minha participação se encerra. Desta vez, foi diferente, e acho que muito por conta da qualidade dos profissionais locais com quem trabalhei – um dos psicólogos tinha mestrado e fazia doutorado; e o outro fez mestrado nos Estados Unidos! O relacionamento com eles foi ótimo, de troca mesmo, e eu sabia que eles entendiam do contexto. E, por vezes, me pego pensando como estão as coisas, porque saí antes de o nosso projeto ser de fato implementado”, conta ela, entusiasmada.
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