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Por muitos anos, local teve uma das maiores taxas de prevalência do vírus em toda África
Nesta terça-feira, 1° de dezembro, é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) do fim do ano passado, cerca de 38 milhões de pessoas enfrentam essa condição em todo o mundo. Para combater o vírus HIV, é fundamental o acesso a diagnósticos, tratamento e maior conscientização sobre as formas de transmissão.
Entre 2014 e 2018, a melhoria do acesso a testes e a tratamento e uma maior qualidade de atendimento reduziram significativamente a porcentagem da população que vive com HIV no subcondado de Ndhiwa, condado de Homa Bay, no Quênia, de acordo com um estudo de Médicos sem Fronteiras (MSF).
Por muitos anos, o subcondado de Ndhiwa teve uma das maiores taxas de prevalência de HIV (a proporção da população infectada com o vírus) em toda a África. Uma pesquisa em 2012 destacou que melhorias eram necessárias em todas as áreas de atendimento, levando MSF e seus parceiros a repensar completamente sua abordagem para o atendimento ao HIV em seus projetos.
O estudo, denominado Ndhiwa HIV Impact on Population Survey 2 (NHIPS 2) – ou Inquérito de impacto do HIV na população de Ndhiwa, descobriu que, em 2018, 93% da população do subcondado conhecia o seu estado sorológico (contra 59% de acordo com pesquisa de 2012) e 97% das pessoas com HIV estavam recebendo tratamento antirretroviral (contra 68% em 2012). Era de 95% a taxa das pessoas que recebiam TARV e suprimiram completamente o vírus, 11% a mais do que em 2012. O estudo NHIPS 2 confirmou que as metas de 2020 estabelecidas pelo Programa das Nações Unidas (UNAIDS) para controlar a epidemia global de HIV foram alcançadas e ultrapassadas dois anos antes no subcondado de Ndhiwa.
A nova abordagem foi lançada em 2014. Entre 2014 e 2018, a taxa de prevalência caiu de 24% para 17%. No mesmo período, a porcentagem de novas infecções por ano entre a população em risco diminuiu de 1,9% para 0,7%, indicando que o vírus estava se espalhando em um ritmo mais lento. Esses resultados seguiram a adoção de um novo modelo científico de atenção ao HIV, baseado no conceito de tratamento como prevenção. Isso foi construído com base em anos de trabalho de campo de MSF e seus parceiros, incluindo o Ministério da Saúde do Quênia e a Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation.
“O princípio subjacente é que, quando o seu tratamento é bem-sucedido, o vírus foi suprimido e você não pode transmiti-lo a outras pessoas. Quando aplicado a um grande número de pessoas, o tratamento do HIV é igual à prevenção do HIV”, diz Mohammed Musoke, coordenador médico de MSF no Quênia. “Na prática, para atingir esse objetivo, trabalhamos para impulsionar grandes melhorias nos três pilares principais do tratamento do HIV: aumentar a conscientização das pessoas sobre seu status sorológico, maximizar o número de pessoas que vivem com HIV em terapia antirretroviral (TARV) e aumentar a número de pessoas em TARV que suprimiram o vírus com sucesso. Ao trabalhar nessas três etapas, pretendemos reduzir as taxas de novas infecções e, com o tempo, a presença da doença na população.”
A nova abordagem impulsionou os testes sistemáticos por meio de amplo envolvimento da comunidade, campanhas de promoção da saúde de porta em porta e testes domésticos. Esforços foram feitos para aumentar o acesso ao TARV e cuidados de acompanhamento para pessoas com HIV. Em 2012, o tratamento e o acompanhamento estavam disponíveis apenas nos principais hospitais e postos de saúde da região. Apenas 6% da população que vivia com HIV podia ser tratada nas unidades de saúde locais. Os principais centros estavam altamente congestionados e de difícil acesso e, como resultado, o contato com os pacientes era frequentemente perdido antes ou durante o tratamento.
A partir de 2014, MSF e seus parceiros expandiram e melhoraram o atendimento ao HIV em unidades de saúde rurais menores por meio de mais equipes e suprimentos mais regulares. Eles também trabalharam para fortalecer o encaminhamento de casos de HIV recém-descobertos para o sistema de saúde. A recuperação dos testes de laboratório tornou-se mais rápida e eficiente graças a uma rede de motociclistas que coletavam amostras de sangue nos centros de saúde locais e as transportavam para o laboratório mais próximo. Isso representou uma melhora em relação ao tempo em que os pacientes tinham que viajar para fazer o teste e muitas vezes esperavam meses para saber os resultados.
“O investimento em um sistema de laboratório foi uma parte fundamental do processo, já que a equipe médica confia nesses testes para saber o que tratar, como tratar e se o tratamento está realmente funcionando”, afirma Musoke. “Com o teste no ponto de atendimento e o uso de equipamentos melhores, os resultados que costumavam levar dias ou semanas para retornar, agora podem ser devolvidos em uma hora ou menos.”
Em 2016, o Ministério da Saúde do Quênia adotou a recomendação da OMS de sistematicamente “testar e tratar”, que agora se tornou a pedra angular dos cuidados de HIV na região. A abordagem tem proporcionado até agora uma boa relação custo-benefício, mas depende do trabalho incansável de vários parceiros em campo e de um grande investimento, sem o qual os ganhos obtidos nos últimos cinco anos podem ser perdidos. “Embora os resultados alcançados sejam os melhores que poderíamos esperar, dados os recursos e as limitações, as taxas de prevalência e incidência permanecem mais altas do que os níveis necessários para controlar a epidemia de HIV”, avalia Musoke.
A luta contra o HIV em Ndhiwa está longe de terminar e os esforços para trabalhar nos principais pilares dos cuidados contra o vírus devem continuar, para que esses ganhos sejam mantidos e melhorados.
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