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“Por que as pessoas não saem do acampamento? Porque estão com muito medo de deixar esse quilômetro quadrado de pântano”
Mais de 40 mil pessoas estão amontoadas em um complexo inundado das Nações Unidas na cidade. As condições de vida são horrorosas, mas esse é o único refúgio a que essas pessoas têm acesso diante da guerra civil que eclodiu em dezembro passado. Ivan Gayton, coordenador de emergência de MSF em Bentiu, no Sudão do Sul, é quem relata as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que estão abrigadas ali.
“Boa parte do acampamento ficou inundada em julho, com as primeiras chuvas fortes da estação chuvosa. Mais de mil abrigos temporários ficaram repletos de água contaminada por esgoto. As pessoas usaram utensílios de cozinha para recolher a água, tentaram construir barragens de lama próximo das portas para evitar a entrada da água, mas nada funcionou.
Com poucas possibilidades para drenagem, as condições de vida atuais no acampamento são terríveis e representam uma afronta à dignidade humana. Boa parte do acampamento está agora coberta de esgoto até a altura dos joelhos das pessoas, e milhares delas já não podem mais se deitar, tendo de dormir em pé, com seus filhos nos braços.
Mais de um terço dos habitantes dali são crianças com menos de cinco anos de idade. Temos registrado mais de 200 mortes em nosso hospital desde maio deste ano, sendo a maioria de crianças. Embora as taxas de mortalidade tenham melhorado nas últimas semanas, ainda vemos ao menos uma criança morrer por dia.
Muitas mortes são diretamente atribuídas às espantosas condições de vida, ao suprimento inadequado de água potável e latrinas, que contribui para as infecções entre as crianças que vivem aqui. Um ciclo devastador é iniciado com as infecções, que causam a perda de peso, que, por sua vez, aumenta a vulnerabilidade a infecções. Esse ciclo resulta na morte de crianças por desnutrição aguda, apensar da disponibilidade de comida.
Por que as pessoas não saem do acampamento? Porque estão com muito medo de deixar esse quilômetro quadrado de pântano, cercado por uma parede de terra. Do lado de dentro do arame farpado, tropas da Missão das Nações Unidas para o Sudão do Sul (UNMISS, na sigla em inglês) estão administrando, sob condições extremamente complexas, a provisão de alguma proteção a essas pessoas. A polícia militar patrulha o acampamento; guardas se mantêm posicionados por todo o perímetro do acampamento e um único portão permite a entrada e a saída de civis.
Do lado de fora do acampamento, a tensão permanece grande e a presença militar é forte. Grupos de homens armados dominam todas as edificações e locais públicos da cidade. As atividades normais estão suspensas e há apenas alguns civis remanescentes. Lixo e restos de itens saqueados estão amontoados por todo canto. A ameaça de mais violência ainda paira no ar e o som dos combates é audível à distância.
Civis que entram e saem do acampamento estão sujeitos à violência e ao assédio de homens armados que ficam a apenas alguns metros do portão. Mulheres e meninas que saem para buscar lenha do lado de fora do acampamento estão particularmente expostas ao risco de serem vítimas de violência sexual; MSF já tratou diversas sobreviventes.
Além de os agressores deverem ser responsabilizados por tais atos contra civis, a UNMISS deveria assegurar que as pessoas estejam protegidas também para além do perímetro da cerca, seja por meio de patrulhas, para acompanhar aqueles que forem buscar lenha, ou por meio da instalação de um portão no lado leste do acampamento, onde as pessoas dizem se sentirem menos vulneráveis a abusos.
É compreensível que os habitantes do acampamento estejam nervosos e ressentidos. Embora o processo não seja simples, é possível fazer a drenagem se algum esforço for despendido. A disponibilização de recursos existentes e equipamentos da UNMISS, como escavadeiras, deve ser prioridade para resolver essa questão. Além disso, ainda há terreno não utilizado na área, e a alocação imediata das pessoas para locais menos suscetíveis aos alagamentos aliviaria parte do sofrimento atual. Está evidente que a situação atual é insustentável sem que haja melhorias. As pessoas deveriam estar a salvo de doenças, bem como de violência.”
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