Sudão do Sul: “Não podemos decidir quando a guerra vai acabar”

Sudão do Sul: “Não podemos decidir quando a guerra vai acabar”

Moradora do Complexo de Proteção de Civis da ONU em Bentiu fala sobre os problemas de violência da região e a esperança de, um dia, poder voltar para casa

Já se passaram quase três anos desde o início do conflito no Sudão do Sul, e a violência é contínua no estado de Unity. Picos regulares de instabilidade forçam civis a saírem de suas casas e impedem que a população – parte da qual já vive no complexo de Proteção de Civis da ONU (PoC, na sigla em inglês) Bentiu há anos – retorne a seus vilarejos. A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) mantém um hospital no PoC de Bentiu desde 2013, e nele oferece cuidados secundários de saúde gratuitos e de qualidade. Confira abaixo o depoimento de uma mulher sul-sudanesa de 34 anos que teve sua vida afetada por essa violência que parece não ter fim.

“Para mim, a guerra deveria acontecer entre os grupos armados. Aqui, porém, os atingidos são os civis. Mulheres são estupradas e crianças são raptadas. Quando nosso vilarejo foi atacado, uma menina de quatro anos foi levada e uma outra foi morta enquanto estávamos fugindo. Ela tinha apenas 14 anos.

Durante o ataque de três anos atrás, corremos para a floresta e esperamos ali por mais de um dia até que tudo estivesse mais calmo. Então, fomos até o PoC. Antes, trabalhávamos na terra e tínhamos gado. Hoje, não temos mais nada. A vida por aqui não é fácil. Quando estamos fora do PoC, temos medo de ser atacados. Aqui, estamos protegidos. Enquanto eu estiver aqui dentro, ninguém pode me matar.

Não reclamamos sobre o tipo de alimentos, mas não há o suficiente para todo mundo porque há muita gente aqui. Se eu quero ir para casa? Sim, eu quero, mas não temos como decidir quando a guerra vai acabar. Voltaremos para casa quando houver paz.”

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