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Kevin Phelan, jornalista de MSF, relata a situação desesperadora que vivem dezenas de milhares de pessoas em El Genina, região de Darfur, no oeste do Sudão. Mulheres são estupradas e crianças estão desnutridas.
Por Kevin Phelan*
Entre 20 e 30 mil pessoas deslocadas estão vivendo em cabanas improvisadas feitas de todo tipo de material que possa ser encontrado: gravetos, folhas, pedaços de papelão e roupas. Os mais afortunados possuem um pequeno pedaço de plástico que usam como teto, mas quase ninguém aqui tem essa sorte.
“Olhe onde eu vivo”, diz uma mulher apontando para uma cabana em estado deplorável onde mal cabe uma única pessoa. “Estou aqui com quatro crianças”. Não há nada dentro e ainda oferece uma proteção mínima. Hoje o sol bate forte, mas logo, o vento e a chuva vão certamente demolir a cabana.
Mais de 80.000 pessoas construiram cabanas semelhantes em seis campos dentro e fora de um centro comercial abandonado próximo à fronteira leste do Sudão com o Chade. Nos últimos seis meses, essas pessoas vêm enfrentando uma combinação terrível de violência, pânico e isolamento, para encontrar situações semelhantes onde buscaram refúgio.
As milícias que apoiam o governo que expulsaram as pessoas de suas casas, massacraram seus familiares e amigos, e incendiaram suas cidades e campos, agora os cercam em Riyad. Quase todas as noites, membros dessa milícia montam em seus cavalos para atacar e matar deslocados, espancar e estuprar mulheres que saem em busca de lenha, comida e água.
“Isto acontece em todos os lugares”, diz Jennifer Pahl, uma enfermeira de 30 anos de idade que trabalha para Médicos Sem Fronteiras (MSF). Ela visita os campos com regularidade para encaminhar os casos mais graves para o hospital de El Genina, apoiado por MSF. “É inacreditável ver meninas de 14 e 15 anos de idade montadas em mulas, subindo a montanha para ficarem três dias. Elas têm certeza de que serão espancadas e estupradas, mas elas dizem: ‘nós não temos escolha'”.
E de fato não têm mesmo. A falta de ajuda humanitária tem atingido níveis críticos. Os índices de mortalidade estão bem acima dos índices considerados emergenciais. Poucos homens vivem nos campos, já que a maioria ou foi morta durante os ataques iniciais ou fugiu para outras partes do país. Agências de ajuda humanitária apareceram, mas muitas não chegaram a tempo e não estão preparadas para atender a demanda que existe para se evitar um desastre.
No hospital de El Genina, que possui 100 leitos, MSF já está tratando 60 crianças com desnutrição severa, e a cada dia chegam mais. As crianças já enfraquecidas ficam nos braços das suas mães em tendas que são utilizadas como centros de nutrição do lado de fora do prédio central do hospital.
“Nós construímos uma tenda, depois outra, depois uma terceira”, disse Kris Bouden, uma enfermeira de MSF que está lá desde abril. “Agora teremos que construir outra”. Dez crianças dos campos de deslocados deram entrada no centro de nutrição somente nesta última semana, muitas chegaram quase morrendo. Recentemente um menino morreu ao chegar ao portão de entrada do hospital.
O rápido influxo de muitos deslocados tornou ainda mais precária a vida de dezenas de milhares de residentes de El Genina. Zeihab, uma mulher que tem uma casa e um emprego fixo, disse que normalmente armazena 90 sacas de grãos depois da colheita. Este ano, ela não conseguiu armazenar nada já que a situação, piorada pela guerra, não permitiu que ela colhesse muito.
Em Riyad, uma figura esquálida aparece montada num cavalo no alto da montanha onde o sol começa a se por. As pessoas vão desaparecendo, retornando para suas cabanas improvisadas e aguardando por mais uma longa e terrível noite.
*Kevin Phelan é jornalista, trabalha para MSF nos Estados Unidos e está em missão no Sudão.
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