Os medicamentos antivirais de ação direta (AAD) representam uma inovação no tratamento de pessoas com hepatite C. Contudo, o acesso aos AAD tem sido limitado porque as empresas farmacêuticas cobram preços inacessíveis e, em alguns locais, bloquearam a entrada de genéricos com recurso a patentes. Isto levou muitos países a reservar o tratamento apenas para pessoas nas fases mais avançadas da doença.

O diagnóstico e a monitorização da hepatite C são complexos, implicando vários testes e resultando num processo extenso e intensivo em termos de recursos. Os testes de laboratório para medir a carga viral de hepatite C – necessários para confirmar se a infeção se encontra ativa e para monitorizar a eficácia do tratamento – são complexos, e requerem laboratórios com recursos adequados e com staff qualificado. São necessários testes mais simples e acessíveis em termos de preço que sejam apropriados para utilizar em locais com recursos limitados, para proporcionar o acesso ao tratamento da hepatite C a todas as pessoas que dele necessitem.

Para o acesso a tratamentos ser à escala mundial, o preço dos medicamentos ADD precisa de descer urgentemente. A concorrência entre fabricantes de genéricos já está a fazer descer os preços, mas muitos países não conseguem ter acesso a estas versões genéricas devido aos obstáculos apresentados pelas patentes. Em consequência, muitos países estão a ser obrigados a racionar os tratamentos dados às pessoas. Para ultrapassar isto e para assegurar o acesso económico, a MSF está a contestar os obstáculos apresentados pelas patentes na China e na Europa através de oposições legais em casos de tribunal.