A Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
Como organização médica, buscamos sempre oferecer o melhor tratamento disponível aos nossos pacientes. O trabalho de MSF envolve uma grande variedade de atividades, desde a organização de campanhas…
Veja as principais atualidades sobre as atividades da Médicos Sem Fronteiras.
Saiba mais sobre os nossos projetos no terreno e as nossas atividades em todo o mundo.
Assista aos vídeos sobre o trabalho da Médicos Sem Fronteiras em diversos projetos pelo mundo.
Ouça as histórias e as experiências vividas por quem está nas linhas da frente das emergências humanitárias.
O que vemos e registamos sobre o trabalho das nossas equipas e as populações que apoiamos.
Participe nos nossos eventos, online ou presenciais, para apoiar e saber mais sobre o nosso trabalho.
Profissionais portugueses contam as experiências nos diversos projetos da MSF.
Pode ajudar a MSF de várias formas, fazendo donativos, divulgando o trabalho e angariando fundos para a concretização dos projetos.
O seu donativo faz a diferença, ajuda-nos a levar cuidados médicos a quem mais precisa.
Faça a consignação do seu IRS à Médicos Sem Fronteiras e ajude-nos a salvar vidas!
A MSF depende inteiramente de donativos privados para fazer chegar assistência médica-humanitária a quem mais precisa.
Procuramos novas formas de chegar a cada vez mais pessoas, com o objetivo de envolvê-las com a nossa missão.
Faça do seu testamento, um testamento solidário incluindo a Médicos Sem Fronteiras.
A sua empresa pode fazer a diferença. Juntos podemos fazer ainda mais.
Se tem uma multa ou uma contra-ordenação, saiba que pode fazer o pagamento à Médicos Sem Fronteiras Portugal.
Equipes de MSF trabalham para controlar a disseminação do novo coronavírus no estado de Borno
Após mais de uma década de conflito armado, surtos de desnutrição grave, malária, sarampo e cólera, aproximadamente 1,5 milhão de deslocados internos no estado de Borno, na Nigéria, agora enfrentam o fantasma da COVID-19. Muitos vivem em acampamentos superlotados, com pouca água e instalações sanitárias, abastecimento limitado de itens essenciais de higiene, como água e sabão, e falta de espaço individual. A infraestrutura de saúde funcional em Borno é escassa e a possibilidade de encaminhamento de pacientes é extremamente limitada. Como há muitas pessoas já vulneráveis a surtos de doenças, a assistência humanitária essencial deve ser mantida; as condições das instalações de água e saneamento devem ser aprimoradas nos campos de deslocados internos; e os profissionais de saúde que trabalham na linha frente de combate ao novo coronavírus, dos quais a população dependerá, devem ter acesso a equipamentos de proteção individual.
Médicos Sem Fronteiras (MSF) trabalha no estado de Borno desde 2014 e, durante esse período, presenciamos as condições deploráveis em que vivem os deslocados internos. Muitos deles são afetados por enfermidades endêmicas em assentamentos superlotados, como doenças transmitidas pela água e infecções do trato respiratório, como a pneumonia, que foi identificada como uma ameaça significativa quando somada à COVID-19.
Manter operações que salvam vidas
A COVID-19 está tendo um efeito devastador nos sistemas de saúde, economias e populações em todo o mundo e representa uma ameaça substancial em Borno. No entanto, mesmo que a COVID-19 não estivesse presente na Nigéria, a necessidade de assistência humanitária em Borno ainda seria enorme. Em pouco mais de um mês, a estação chuvosa começará, trazendo consigo um aumento no número de casos de malária e desnutrição. Em Maiduguri, Ngala, Pulka e Gwoza, nossos hospitais funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e, durante a estação chuvosa, todos estarão lotados. Somente em 2019, as equipes de MSF trataram mais de 10 mil pacientes com desnutrição em Borno e mais de 33 mil com malária; mais de 40 mil pacientes foram recebidos nas salas de emergência de MSF. O efeito que a COVID-19 terá sobre nossos pacientes não deve ser subestimado. Se o caos causado por essa pandemia gerar cortes na oferta de assistência humanitária, os resultados serão catastróficos.
MSF está extremamente preocupada com a disseminação da COVID-19 e com o impacto potencialmente desastroso que ela terá sobre os mais vulneráveis. À medida que o vírus se espalha na Nigéria, nossa prioridade é manter nossas operações, que salvam milhares de vidas todos os anos, e proteger nossos pacientes e profissionais. Para fazer isso, nossas equipes médicas e logísticas reforçaram os protocolos de prevenção de infecções, informaram as comunidades locais sobre as melhores medidas de prevenção contra a COVID-19, instalaram pontos de água para lavar as mãos nas comunidades locais, estabeleceram zonas de isolamento e adaptaram nossos processos de triagem. Em um momento de demanda global sem precedentes por suprimentos médicos, a aquisição de equipamentos de proteção individual para a equipe de saúde representa um desafio substancial; no entanto, é um desafio que devemos enfrentar para proteger os profissionais médicos da linha de frente e continuar tratando nossos pacientes.
Água limpa: um recurso precioso e limitado
Em Pulka, onde MSF mantém um hospital que oferece serviços abrangentes, com atividades de extensão, capacidade cirúrgica, assistência à maternidade e tratamento de violência sexual e de gênero, a situação é terrível. Pulka é uma cidade de guarnição, isto é, um centro populacional controlado pelos militares nigerianos. Atualmente, abriga aproximadamente 63 mil pessoas, 78% das quais foram deslocadas pelo menos uma vez desde 2015. Existem 27 mil pessoas vivendo em campos superlotados de deslocados internos em Pulka, com acesso limitado a serviços básicos, incluindo água, alimentos e assistência médica. Em Pulka e Gwoza (uma cidade vizinha), os campos de trânsito para recém-chegados estão superlotados; em Gwoza, o número da população do campo de trânsito é o triplo da capacidade recomendada; e em Pulka, os abrigos comunitários mantêm pessoas por meses ou até anos, mas, na verdade, são projetados para ser uma solução temporária, de apenas duas semanas.
Em uma avaliação recente, conduzia por nossos especialistas em água e saneamento, MSF constatou que o fornecimento de água diário por pessoa em Pulka era de apenas 11 litros –quantidade muito abaixo do padrão mínimo humanitário de 20 litros, destinados para saúde e higiene. Desses 11 litros, apenas uma média de dois litros era clorada e, portanto, adequada para beber. Quantidades muito baixas, como 4,5 litros por pessoa, também foram registradas em pesquisas anteriores.
“Você precisa acordar cedo para conseguir água o suficiente. Tenho sete filhos e, às vezes, falta água para bebermos – e, então, temos que pedir aos nossos vizinhos. Todos os dias as mulheres lutam por isso – sabemos que não haverá água o suficiente para todos”, conta Ajia Adam, uma deslocada interna que vive em Pulka.
Em Maiduguri, capital do estado de Borno, o abastecimento de água e as condições de saneamento não são muito melhores. Entre 1999 e 2011, MSF respondeu sete vezes a surtos de cólera em Maiduguri e, em 2018, mais de 4 mil pessoas foram diagnosticadas com cólera em 18 áreas do governo local nos estados de Borno, Adamawa e Yobe.
“Em todos os cenários com deslocados internos onde MSF atua no estado de Borno, as lacunas no abastecimento de água e saneamento exacerbam a ameaça representada pela COVID-19. Essas lacunas, combinadas com os níveis de superlotação e com os problemas de saúde endêmicos, combinados à falta de infraestrutura de saúde, destacam a vulnerabilidade da população. Não há dúvidas sobre o perigo que a COVID-19 represente, no entanto, uma coisa é certa: outras doenças e condições médicas não cederão. Não podemos permitir que essa pandemia atrapalhe a oferta de assistência médica paralela. É fundamental continuar prestando serviços médicos neste momento para salvar vidas”, diz Siham Hajaj, coordenadora-geral de MSF na Nigéria.
A COVID-19 não é a única ameaça que as pessoas enfrentam no estado de Borno, mas sua presença na Nigéria destaca a extrema vulnerabilidade de muitos que já sofreram os horrores da guerra, de doenças e da desnutrição. Para eles, o distanciamento social é um luxo abstrato e lavar as mãos frequentemente reduz um recurso precioso – às vezes, não há água nem para beber. Diante dessa pandemia, as ramificações da frágil infraestrutura de saúde de Borno estão mais claras do que nunca. É imperativo que a assistência humanitária seja mantida para essa população. O contrário disso custará vidas.
Como a maioria dos websites, o nosso website coloca cookies – um pequeno ficheiro de texto – no browser do seu computador. Os cookies ajudam-nos a fazer o website funcionar como esperado, a recolher informações sobre a forma como utiliza o nosso website e a analisar o tráfego do site. Para mais informações, consulte a nossa Política de Cookies.